Resumo
O presente artigo tem como objetivo compreender os fatores que geram uma gestão escolar democrática nas escolas públicas de ensino fundamental enquanto prática administrativo-pedagógica nos espaços educativos do Brasil. A gestão nas escolas públicas brasileiras é um fenômeno que traz as suas características peculiares, e envolve múltiplos atores das comunidades escolares. Leva-se em conta, no processo a capacidade de gerir práticas cotidianas, resolver conflitos, realizar negociações, trabalhar incertezas e interesses diversos que estão a todo tempo no cotidiano escolar. Diante disso, é fundamental pensar a gestão escolar sob a ótica não de algo estático ou dado a priori, mas como processo constante, dinâmico e principalmente democrático, no qual a gestão é entendida partindo das múltiplas interações que se estabelecem entre os atores sociais nos ambientes escolares e as ocorrências por elas vivenciadas no cotidiano organizacional. As observações sistemáticas foram realizadas partindo da observação na Escola Municipal Carlos Góis, situada em local de alta vulnerabilidade social na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Os problemas levantados pelo presente artigo apontam para uma gestão escolar que se encontra em constante processo, dinâmico, transitório e produto de constantes conflitos e diálogos, interações e vivências dos diversos sujeitos no cotidiano escolar a fim de proporcionar um ensino público de qualidade na escola.
Referências
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