MANEJO DA SEPSE
PDF

Palavras-chave

Sepse, Choque Séptico, SOFA, qSOFA, Protocolo

Como Citar

Roberto Sales, C. ., Garcia Pereira, A. ., Vitória Stein, B. ., Fatima Barbosa de Queiroz, R. ., Barbosa de Queiroz, N. ., Monique Santos de Souza, I. ., Pinheiro de Almeida, A. ., Seifert da Silva, M. ., dos Santos Martinelli, G. ., & Bezerra Soares, D. (2025). MANEJO DA SEPSE: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO BASEADO EM DIRETRIZES ATUALIZADAS. Estudos Avançados Sobre Saúde E Natureza, 19. https://doi.org/10.51249/easn19.2025.2386

Resumo

A sepse é uma condição clínica complexa, caracterizada por disfunção orgânica potencialmente fatal, decorrente de uma resposta imunológica desregulada à infecção. Reconhecida como uma das principais causas de morbimortalidade hospitalar, a sepse apresenta elevada prevalência e impacto significativo nos sistemas de saúde. A fisiopatologia da síndrome envolve uma resposta inflamatória exacerbada, mediada por padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) e receptores imunológicos inatos, como os Toll-like receptors (TLRs). Essa interação inicial desencadeia uma cascata inflamatória sistêmica, com liberação de citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF-α), disfunção endotelial e hipoperfusão tecidual, culminando em complicações como choque séptico e falência de múltiplos órgãos. O manejo da sepse fundamenta-se no diagnóstico precoce e na intervenção imediata, conforme preconizado pelas diretrizes internacionais, como a Surviving Sepsis Campaign. Ferramentas como os escores SOFA e qSOFA desempenham papéis complementares na identificação e estratificação de risco em diferentes cenários clínicos. O escore SOFA, amplamente validado, avalia a disfunção de seis sistemas orgânicos principais, permitindo monitorar a progressão da doença. Por sua vez, o qSOFA, de aplicação simplificada, é útil em ambientes de baixa complexidade, embora apresente sensibilidade limitada na detecção precoce da sepse. As intervenções iniciais incluem a ressuscitação volêmica agressiva, com administração de cristaloides em volume inicial de 30 mL/kg, e o início precoce de antimicrobianos de amplo espectro, idealmente nas primeiras horas após o diagnóstico. A coleta de culturas microbiológicas antes do início da antibioticoterapia é essencial para guiar o ajuste terapêutico. Em casos de hipotensão persistente, o uso de vasopressores, como a noradrenalina, é indicado para restaurar a perfusão tecidual e estabilizar os parâmetros hemodinâmicos. O tratamento é dinâmico e requer monitoramento contínuo de parâmetros clínicos e laboratoriais, como lactato sérico e pressão arterial média. Medidas adicionais incluem o controle da fonte infecciosa, manejo de complicações como hiperglicemia e disfunção orgânica, e intervenções coadjuvantes, como o uso criterioso de corticosteroides em casos de choque refratário. A implementação de protocolos baseados em evidências e o ajuste personalizado das intervenções são fundamentais para otimizar o prognóstico e reduzir a mortalidade associada à sepse.

https://doi.org/10.51249/easn19.2025.2386
PDF

Referências

Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, et al. The Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016;315(8):801-810. doi:10.1001/jama.2016.0287

Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Sepsis and Septic Shock: 2016. Intensive Care Med. 2017;43(3):304-377. doi:10.1007/s00134-017-4683-6

Dellinger RP, Schorr CA, Levy MM. A Users’ Guide to the 2016 Surviving Sepsis Guidelines. Crit Care Med. 2017;45(3):381-385. doi:10.1097/CCM.0000000000002257

Cecconi M, Evans L, Levy M, Rhodes A. Sepsis and septic shock. The Lancet. 2018;392(10141):75-87. doi:10.1016/S0140-6736(18)30696-2

Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for the Management of Sepsis and Septic Shock 2021. Crit Care Med. 2021;49(11):e1063-e1143. doi:10.1097/CCM.0000000000005337

Vincent JL, de Mendonça A, Cantraine F, et al. Use of the SOFA score to assess the incidence of organ dysfunction/failure in intensive care units: results of a multicenter, prospective study. Crit Care Med. 1998;26(11):1793-1800. doi:10.1097/00003246-199811000-00016

Levy MM, Evans LE, Rhodes A. The Surviving Sepsis Campaign Bundle: 2018 Update. Crit Care Med. 2018;46(6):997-1000. doi:10.1097/CCM.0000000000003119

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...