DESCOLAMENTO DE RETINA REGMATOGÊNICO
DESCOLAMENTO

Palavras-chave

Descolamento de Retina Regmatogênico, Retinopexia a Laser, Buckling Escleral, Vitrectomia.

Como Citar

Uechi Fukuda Okoti, D. . (2024). DESCOLAMENTO DE RETINA REGMATOGÊNICO: UMA REVISÃO DAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS. Estudos Avançados Sobre Saúde E Natureza, 18. https://doi.org/10.51249/easn18.2024.2145

Resumo

Esse estudo realiza uma análise abrangente inerente ao descolamento de retina regmatogênico (DR), uma condição oftalmológica de gravidade eminente, podendo resultar em perda visual permanente se não for tratada adequadamente. O DR ocorre quando há uma ruptura na retina, permitindo que o fluido vítreo se infiltre sob a retina neurossensorial, separando-a do epitélio pigmentado da retina (EPR). A condição é considerada uma emergência oftalmológica e requer tratamento imediato para evitar a progressão do descolamento e a perda irreversível da visão. A abordagem terapêutica para o DR é complexa e deve ser adaptada às características específicas do descolamento, incluindo a gravidade, a localização das rupturas e as condições clínicas do paciente. Diversos métodos de tratamento estão disponíveis, cada um com suas próprias indicações, contraindicações e potenciais complicações. A retinopexia a laser é uma das técnicas usadas para tratar o DR. Este método é indicado para descolamentos iniciais ou localizados, onde a ruptura é detectada precocemente e a área de descolamento não é extensa. A técnica utiliza a energia do laser para criar uma cicatriz ao redor da ruptura, promovendo a adesão da retina ao EPR e prevenindo a progressão do descolamento. No entanto, a retinopexia a laser não é adequada para todos os casos, especialmente em descolamentos extensos, múltiplas rupturas ou grandes, onde outras intervenções mais abrangentes são necessárias. As complicações associadas a esta técnica são relativamente raras, mas podem incluir a fusão incompleta da retina e o desenvolvimento de novas rupturas. Outra abordagem é a retinopexia pneumática, que é eficaz para descolamentos com rupturas localizadas e quando o descolamento é recente, geralmente não ultrapassando 8 horas. Este método combina a crioterapia ou o laser para promover a adesão da retina com a injeção de um gás (como hexafluorido de enxofre, perfluor-etano ou perfluor-propano) no vítreo para tamponar a ruptura. O sucesso da técnica depende do posicionamento correto da cabeça do paciente, que deve manter uma posição específica para que o gás pressione contra a ruptura. As contra-indicações para a retinopexia pneumática incluem glaucoma avançado e viagens aéreas, devido ao risco de expansão do gás. Complicações possíveis são a ausência de fechamento de todas as rupturas, migração do gás para o espaço sub-retiniano, aumento da pressão intraocular, catarata. O buckling escleral é uma abordagem cirúrgica recomendada especialmente para pacientes jovens e fácicos com rupturas retinianas anteriores ao equador. A técnica envolve a colocação de uma banda de silicone ao redor do olho para criar uma indentação escleral que alivia a tração vítrea e promove a adesão da retina ao EPR. A crioterapia transescleral é frequentemente realizada ao redor da ruptura, e a indentação externa proporcionada pelo buckle ajuda no suporte da ruptura. O procedimento cirúrgico inclui a realização de uma peritomia conjuntival para expor a esclera, posicionamento dos músculos retos, localização da ruptura com oftalmoscopia indireta binocular, e aplicação de crioterapia. Após a colocação do buckle, a área é lavada com antibiótico e a conjuntiva é fechada, com injeções subconjuntivais de antibióticos e esteroides para prevenção de infecções. Contra-indicações para o buckling escleral incluem descolamentos com localização posterior complexa e presença de PVR avançada. Complicações associadas a esta técnica podem incluir perfuração escleral, trauma à musculatura ocular extrínseca, hemorragia supra-coroidal, hipotonia ocular, e migração ou extrusão do buckle. Finalmente, a vitrectomia via pars plana (VVPP) é indicada para casos mais complexos de DR, como múltiplas rupturas em diferentes meridianos, rupturas gigantes e PVR recorrente. Este procedimento envolve a remoção do vítreo e a aplicação de gás ou óleo de silicone para tamponar a ruptura. O sucesso da vitrectomia depende do posicionamento pós-operatório para permitir que o gás ou o óleo flutue e pressione a ruptura adequadamente. Contra-indicações incluem pacientes com risco elevado de complicações pós-operatórias e aqueles com histórico de complicações graves em vitrectomias anteriores. As complicações potenciais incluem ruptura iatrogênica, catarata iatrogênica, glaucoma, endoftalmite e sympathetic ophthalmia, uma condição rara mas grave que pode afetar o olho contralateral devido a uma reação inflamatória e imune. A escolha do tratamento deve ser baseada no contexto clínico individual do paciente e no timing da intervenção, que é crucial para o sucesso do tratamento. Estudos indicam que a cirurgia realizada dentro de 3 dias para descolamento macula-off resulta em um prognóstico visual melhor, com pouca diferença quando a cirurgia é realizada após 10 dias ou um mês. Assim, a intervenção urgente e adequada é fundamental. Em resumo, o tratamento do descolamento de retina regmatogênico é desafiador e requer uma avaliação minuciosa e uma abordagem adaptada ao contexto clínico individual do paciente. A compreensão das indicações, contra-indicações e complicações de cada técnica é essencial para otimizar os resultados e promover o melhor prognóstico visual possível.

https://doi.org/10.51249/easn18.2024.2145
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Referências

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